Cinema e TV

Do teatro à Disney, Gabriella Di Grecco amplia registros e detalha bastidores

Antagonista em “O Coro” e destaque em musicais, atriz fala sobre os desafios e diferenças de atuar diante da câmera e no palco

Gabriella Di Grecco (Crédito: Disney)

Gabriella Di Grecco construiu carreira se movendo entre plataformas que exigem linguagens distintas. No streaming, assumiu a pele da antagonista de “O Coro”, série de Miguel Falabella para o Disney+, onde integrou o elenco musical que repaginou clássicos do teatro brasileiro. Na televisão, ganhou projeção na América Latina em “Disney Bia”, ao interpretar Ana/Helena, co-protagonista do sucesso argentino, e também deixou sua marca em novelas da Globo, como “Além do Tempo”. Mais recentemente, retornou aos palcos em “Elvis – A Musical Revolution”, novamente sob direção de Falabella, e em “Uma Babá Quase Perfeita”, ao lado de Eduardo Sterblitch.

Essa alternância constante entre câmeras e palco não é mero acaso, mas parte do que a instiga artisticamente: “Adoro transitar por diferentes meios fazendo diferentes papéis. O teatro é a casa de todo o ator. Ele demanda atenção plena durante 2h de espetáculo. Esse nível de concentração emocional é base pra toda e qualquer pessoa que entra nesse meio. Quando estamos falando de musical, mais ainda, porque as entradas, saídas, deixas, movimentos são cronometrados em função da música e do ritmo que demanda o musical e, claro, cantar e dançar no meio de tudo isso. O palco demanda essa atenção plena durante um longo período de tempo. Não tem corte, não tem ‘fazer de novo’, a não ser que seja nos ensaios hahaha! No audiovisual, a história é diferente. O grande lance para o ator é a administração da energia. Num set de filmagem, é comum que se espere muito pra gravar. Eu mesma já esperei 12h para gravar, por exemplo. No audiovisual se pode cortar, fazer de novo, normalmente as cenas duram 1 a 2 minutos aproximadamente. Dependendo da diária, você pode gravar até 30 cenas num dia (bem comum em novelas), isso é bem exaustivo, principalmente porque, ao contrário do teatro, no qual a narrativa tem início, meio e fim, no audiovisual, a gravação de cenas ocorre muitas vezes de forma desconexa cronologicamente. No mesmo dia você pode gravar uma cena do capitulo 10, depois do capitulo 34, e assim por diante. É bem louco! Hahaha! Mas, com o texto estudado, não fica difícil se sintonizar com a cena no momento de gravar. Eu adoro transitar por todos esses meios, e graças a Deus, tenho construído uma carreira que me permite estar em todos eles. Sou muito feliz e grata por isso!”

Essa versatilidade também se reflete na forma como administra a própria imagem pública. Gabriella não fala em confusão entre artista e personagem, mas em estratégia para não se perder dentro de papéis: “Pra quem manja de astrologia, tenho sole mercúrio em aquário na casa 9. Em outras palavras, eu sou muito versátil e adoro expressar essa versatilidade tanto no trabalho quanto na vida. Adoro fazer personagens que tocam em lugares que eu jamais poderia tocar na vida real. Acho que isso nos faz crescer demais não só na arte, como pessoas também. O público que me segue, meus fãs sabem disso. Gosto de variar, de propor, de criar, de desafiar o paradigma. Estou construindo um projeto muito legal para a internet no ano que vem, que tem a ver com o lado de apresentadora, que o pessoal já conhece quando fiz o Disney Planet News, mas dessa vez, com temas que vão dar o que falar! Aguardem! Hahaha!”, afirma.

Entre o erudito e o pop, a artista não aceita escolher. Traz no corpo a disciplina da formação lírica e, ao mesmo tempo, a irreverência de linguagens populares, criando uma identidade que se alimenta do contraste. Ela finaliza: “Parte da minha formação em canto tem a técnica do belcanto, uma técnica italiana de canto que conversa muito com o canto lírico. Me deu muito repertório e aprendi muito sobre música nesse meio tempo, aprendi a ler partitura, conhecer os grandes autores dessa linha dentro da música. Entretanto, sou uma pessoa muito eclética. As pessoas me perguntam ‘Gabi, você gosta de que tipo de música?’ e sempre respondo ‘Eu gosto de música boa’. Você pode encontrar músicas incríveis dentro de qualquer gênero musical, e se você acha que não, desculpa, mas falta repertório. Essa vivência me ajudou demais no braço de composição que compõe a minha carreira. Trabalhei com músicos de todos os gêneros que você pode imaginar e afirmo com tranquilidade, todos os estilos tem riqueza. A música, por si só, tem riqueza. É saber procurar e apreciar. É isso que a música tem em comum com todos os gêneros e estilos, ela nos emociona, nos move e nos comove. É uma das formas de arte mais impactantes que temos. Não podemos subestimá-la. Muito do que pensamos, sentimos e agimos está ligado a ela.”

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